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Jaru, 21 de novembro de 2024

Variante ômicron da Covid causou alta de casos em Rondônia, aponta sequenciamento

A variante ômicron da Covid e suas subvariantes foram as responsáveis pelo aumento de casos de coronavírus em Rondônia no final de junho e início de julho.

Essa conclusão veio através dos resultados de amostras do coronavírus sequenciadas no estado pelo Laboratório Central de Rondônia (Lacen).

Segundo a biomédica do Lacen, Adriana Salvador, o aparelho chamado de sequenciador é o ‘responsável’ por dar a situação real da pandemia em Rondônia.

“O sequenciador veio pra trazer uma vantagem, porque a gente detecta em tempo real quais são as variantes e subvariantes que estão circulando no nosso estado. Nesse início de julho, conforme aponta nosso relatório de amostras positivas, o que circulou foi somente a variante ômicron com suas linhagens”, afirma a biomédica.

De acordo com dados da Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa), os casos de Covid crescem 46% na última semana de junho em Rondônia, com mais de 6,1 mil infecções do coronavírus em apenas uma semana.

Durante os dois anos de pandemia, o Lacen-Rondônia não tinha o sequenciador e, por causa disso, o governo tinha que enviar as amostras colhidas para testes em outros estados.

Em fevereiro deste ano, o estado recebeu o equipamento de sequenciamento genético para detecção da Covid e outros vírus.

As linhagens mais frequentes da ômicron são a BA.1, a BA. 1.1 e a BA.2.

Segundo a biomédica Adriana Salvador, os resultados do sequenciamento em Rondônia são inseridos em um sistema ‘mundial’, e qualquer laboratório pode consultar os dados para os cientistas analisarem.

“Hoje se aparecer uma variante que seja diferente do que já existe no mundo, que tenha o escape da vacina ou seja mais transmissível, a gente consegue compartilhar isso imediatamente para tomadas de decisão”, afirma.

O Lacen tem recebido, atualmente, cerca de 90 amostras por dia para testagem e detecção da Covid-19.

Variantes conhecidas

Imagem destaca variante ômicron do coronavírus feita com um microscópio — Foto: Cortesia Faculdade de Medicina da Universidade de Hong Kong

Imagem destaca variante ômicron do coronavírus feita com um microscópio — Foto: Cortesia Faculdade de Medicina da Universidade de Hong Kong

Em 2021, a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a identificar as mutações do coronavírus por nomes de letras do alfabeto grego. Das variantes com maior potencial de transmissão, a do Reino Unido passou a ser chamada de Alfa. A da África do Sul passou a se chamar Beta. A Gama é a identificada inicialmente no Brasil e a Delta, na Índia.

Antes de ganhar o nome de ômicron, a nova variante ficou conhecida pela sigla B.1.1.529. Ela preocupa pois tem 50 mutações — algo nunca visto antes —, sendo mais de 30 na proteína “spike” (a “chave” que o vírus usa para entrar nas células e que é o alvo da maioria das vacinas contra a Covid-19).

Os cientistas explicam que o país que identifica uma nova variante não é necessariamente o berço dela. A África do Sul, por exemplo, tem um dos melhores sistemas de vigilância genômica do continente africano e pode ser por isso que a ômicron foi identificada lá. E para evitar qualquer tipo de preconceito contra países que descobrem variantes é que a OMS decidiu nomeá-las com as letras do alfabeto grego.

g1


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