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Jaru, 1 de novembro de 2024

15 preços que mostram como o brasileiro é o povo mais rico – ou o mais otário – do mundo

De uma simples ida ao supermercado à realização do sonho da casa própria, não é improvável que alguma vez você já tenha parado e se perguntado: “afinal, por que os preços são tão altos no Brasil?”. A sensação que fica é apenas uma: estamos todos ricos, ou loucos, só não sabemos ainda. Nossos carros, conhecidos como “as carroças mais caras do mundo”, são  caros, mas a situação é muito mais grave do que parece.

Ao tentar dar uma resposta, não é difícil cair em tentação ao simplificar a situação e culpar a ganância dos empresários ou os altos impostos – mas, convenhamos, não é lá muito provável que nossos empresários sejam os mais gananciosos do mundo, não é? Ou você acha mesmo que mexicanos, americanos e ingleses não estão interessados em lucrar o máximo possível com seus produtos? Nem mesmo nosso governo é algo único no mundo quando o assunto é tributação. Apesar de ainda encararmos o título de país com menor retorno sobre os impostos, as alíquotas em si, são semelhantes a uma série de outros países cujos preços são mais razoáveis do que os nossos.

Como não poderia deixar de ser, os preços por aqui são uma consequência de inúmeros fatores – dos mais subjetivos, como a tradicional valorização do brasileiro ao carro zero km e a casa própria, algo que em alguns países não faz muito sentido, seja por que o transporte público funciona, ou por questões culturais, como desapego de marcas e valorização da poupança, ou ainda, questões mais objetivas como a baixa taxa de poupança e investimento que nos acompanha há décadas. Somos ainda o país que menos comercializa com o mundo. Nem mesmo Cuba, que possui um bloqueio comercial, importa e exporta tão pouco como o Brasil em relação ao seu PIB.

Ao desembarcar por aqui, porém, muitas empresas topam se arriscar em um país onde as leis podem mudar a qualquer instante e a burocracia para estar “dentro da lei” é a maior do mundo. Como consequência, boa parte delas compensa seus riscos com margens mais elevadas de lucro, ou atua para garantir alguma proteção do governo, uma garantia de que seu investimento dará um bom retorno – nem que, para isso, o consumidor acabe sacrificado.

Com nossos votos, políticos vêm sendo eleitos e reeleitos para garantir, entre outras coisas, que se torne quase impossível para você importar um carro de outro país com um preço mais “em conta”. Comprar um carro usado de outro país, por exemplo, é proibido por lei. Comprar um carro novo pode lhe exigir além de muita paciência para encarar a burocracia, uma boa disposição para bancar uma alíquota de imposto que pode chegar a 85% do valor do veículo. No centro de tudo, a boa e velha defesa da “indústria nacional”, protagonizada pelas montadoras estrangeiras que aqui se instalam.

Graças às regulações, encaramos situações esdrúxulas, como os carros brasileiros vendidos na Argentina ou no México por preços menores do que aqui. Nada disso, no entanto, parece incomodar nossos políticos, preocupados em não se indispôr com grandes empresas ou mesmo sindicatos de trabalhadores de alguns destes setores. Quem, por exemplo, estaria disposto a encarar o sindicato de metalúrgicos e se arriscar a perder alguns milhares de votos? Tudo o que nos sobra é essa eterna dúvida. Somos ricos ou “trouxas” por encarar estes preços? Abaixo, selecionamos alguns exemplo que podem  ajudar a responder essa pergunta.

1) Este ovo de páscoa, fabricado no Brasil e vendido 5 vezes mais barato nos Estados Unidos.

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Você provavelmente já está cansado das velhas comparações entre ovos de páscoa e barra de chocolate, não é mesmo? Pois é. Desta vez a comparação é entre um mesmo produto, só que em dois países distintos. Qual a diferença? O produto vendido lá fora vem direto das fábricas da Garoto no Brasil.

Nos Estados Unidos, no entanto, o preço é de R$ 6,40. Por aqui: R$ 30.

No Reino Unido ou no Japão, a discrepância se confirma. Um ovo de páscoa “Kit Kat”, pode ser encontrado em Londres por 1 libra, ou R$ 5, por aqui, R$ 53,89. No Japão, a diferença é um pouco menor. Os ovos de páscoa podem sair por um pouco menos da metade. Tudo fabricado por aqui.

2) Estas duas casas têm o mesmo preço: uma em Osasco, no Brasil, e outra Memphis, nos Estados Unidos.

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Se a existência de uma bolha imobiliária no Brasil ainda é algo bastante discutido, é certo que há preços por aqui que não parecem fazer lá muito sentido.

As duas casas acima têm preços semelhantes. A brasileira, de Osasco, sai por R$ 320 mil. A americana, de Memphis, por R$ 285 mil, ou US$ 89 mil.

Na média, um trabalhador de Osasco precisa trabalhar 12 anos para pagar esta casa, contra 2,5 anos de um trabalhador de Memphis.

3) O iPhone mais caro do mundo.

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Quando o assunto são eletrônicos, damos um show à parte. Não apenas nosso iPhone 6 é o mais caro do planeta, como diversos outros itens, de televisões a câmeras fotográficas, não ficam atrás. Trabalhar com tecnologia no Brasil pode não ser muito fácil.

Como bem mostraram alguns sites na época do lançamento do Iphone 5 no Brasil, você poderia muito bem viajar para Nova York, hospedar-se por 2 dias na cidade, comprar seu Iphone por lá, e voltar com ele pelo Brasil, trazendo um troco da compra.

4) O quarto ingresso de cinema mais caro do mundo.

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Fazer o cinema nacional florescer tem sido um dos assuntos mais relevantes no Brasil quando se trata de cultura. Entre financiamentos e subsídios concedidos, são quase R$ 300 milhões anuais destinados à categoria.

Na hora de pegar a fila e comprar a pipoca para ver aquele filme ansiosamente aguardado, porém, os brasileiros têm de encarar uma realidade um pouco mais complicada: o preço do ingresso de cinema.

Nosso ingresso é o quarto mais caro do mundo – sendo o mais caro do mundo o da Nigéria, que, não por acaso, possui uma das mais amplas leis de subsídio para estudantes no gênero (o mais barato é o de Singapura, o país economicamente mais livre do mundo). Segundo a mesma pesquisa, 75% dos ingressos vendidos em estados como Minas Gerais, seria de “meias-entradas”.

5) O Playstation mais caro do mundo também é nosso.

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Vida de gamer não é nada fácil. Enquanto no resto do mundo a indústria de videogames cresce e gera milhões de empregos, superando até mesmo o faturamento da indústria cinematográfica, por aqui os apaixonados – ou aqueles que simplesmente buscam um entretenimento – ainda têm que encarar uma dura realidade: consoles de videogames são quase proibitivos. No caso do Playstation, o custo pode chegar a R$ 4 mil, sendo quase 60% deste valor equivalente a impostos e taxas. É o mais caro do mundo.

6) Estes dois carros que um brasileiro e um europeu podem comprar e que custam quase o mesmo preço.

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O Fiat Uno brasileiro básico sai por R$ 39,850 ou US$ 12,4 mil. Um outro acessório aqui e ali, e o preço já bate o de um Honda Civic europeu, que sai por US$ 15,6 mil.

Na comparação feita pela CSM South America, as opções para os brasileiros não parecem nada racionais, como comprar um Corsa pelo valor de um Hyundai i30 ou um Astra pelo preço que se compraria um BMW3.

7) Qual desses dois casarões é o mais caro? O de cima, construído em São Paulo em 1930, ou de baixo, construído em Chicago, em 1900?

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Resposta: a mansão paulista, de 7 quartos e 7 banheiros vale R$ 4,5 milhões, o “casebre” americano sai por US$ 1 milhão, ou R$ 3,2 milhões.

Detalhe: o casarão americano possui 1 quarto e 1 banheiro a menos.

Confira outras imagens aqui.

8) Este simples creme de barbear, vendido nos EUA por quase 6 vezes menos.

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Sorte sua que barba está na moda.

9) O quarto minuto de telefonia mais caro do mundo.

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Talvez você já tenha reparado, mas nossa telefonia não é lá um exemplo para o mundo, não é mesmo? Por aqui, temos 7 operadoras de telefonia móvel, contra 84 nos Estados Unidos, e outras 8 de telefonia fixa, contra 92 americanas.

Se alguma vez você já se perguntou por que gigantes mundiais do setor não costumam desembarcar por aqui, uma boa dica pode estar nesta entrevista do presidente da Unicel.

Por aqui, o preço médio do minuto fica em US$ 0,53, segundo a União Internacional de Telecomunicações, UIT. Segundo o ranking, que inclui 166 países, estamos atrás apenas da Grécia, Suíça e França.

10) O ingresso de futebol mais caro do mundo.

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Para a BBC, o vôlei é o esporte mais popular do Brasil – o futebol é a religião mais popular. Não é novidade que o esporte está intimamente ligado ao país. Quase todo mundo, fanático ou não, possui um time pra chamar de seu.

Ir a um estádio, porém, não costuma ter a mesma popularidade. E segundo a Pluri Consultoria, nossos estádios possuem médias de público menores do que a de países como Japão ou Costa Rica. Uma das razões para isso está justamente no preço do ingresso. Em relação à renda da população, nenhum país possui um ingresso tão caro.

11) A terceira tarifa de energia mais cara do mundo.

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Poucas coisas poderiam dar mais motivos de orgulho para os brasileiros do que o fato de termos uma das matrizes energéticas mais limpas do planeta. Por aqui, geramos por meio de hidrelétricas boa parte do que consumimos, além de nos destacarmos no crescimento de fontes sustentáveis, como a energia eólica.

Tudo muito bonito, exceto por um pequeno fator: nossa energia também está entre as mais caras do mundo. Erros de planejamento e burocracias que impedem a construção de novas fontes geradoras são algumas das causas, além dos impostos no setor, que podem chegar a 45% do preço final.

12) A segunda internet mais cara do mundo.

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O Brasil pode comemorar o título de um dos países mais conectados do planeta. São mais de 81 milhões de brasileiros online. O problema, segundo a Fundação Getúlio Vergas, está no custo desembolsado por cada um. Trabalhamos por aqui em média 5,01 horas por mês para bancar uma internet de 1Mbps.

No mundo, ganhamos apenas da vizinha Argentina, na pesquisa realizada em 2013.

O primeiro lugar fica com o Japão, onde é preciso trabalhar 0,015 horas por mês para comprar o mesmo pacote de serviços.

13) Este carro que nos EUA custa 13 salários mínimos, e no Brasil, 71.

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Os carros não escapam da comparação. O Ford Focus S, por exemplo: nos Estados Unidos, o modelo sai por 13 salários mínimos locais (US$ 16 mil, ou R$ 51 mil). Por aqui, 71 salários mínimos, ou R$ 65,1 mil.

Claro, você ainda terá de pagar o IPVA anualmente. Por aqui: R$ 1391, por lá, R$ 134,4.

Alguns outros exemplos você encontra aqui.

14) O enxoval do seu bebê, que pode sair pela metade do preço em Miami.

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Uma viagem de ida e volta para Miami pode não ser um programa muito barato (aproximadamente R$ 2 mil, fora hospedagem), mas quando os impostos brasileiros entram em jogo, tudo parece mudar de figura.

Para muitas mães, a qualidade dos produtos e os preços atrativos justificam uma viagem para Orlando ou Miami, na Flórida, com direito a um festival de compras para o bebê. Algumas empresas aproveitam a ideia para criar até mesmo produtos como “personal shopping”, ajudando as mães de primeira viagem a percorrer o circuito de compras em um tempo mais razoável, sem esticar muito a viagem.

Segundo uma das empresárias que atua na área, o preço de certos produtos pode variaraté 200% como no caso de um carrinho para bebês.

15) Este carro fabricado no Brasil e vendido mais barato na Argentina e no México.

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O Strada Working é o carro mais exportado pela Fiat brasileira. Seus principais destinos são com frequência, México e Argentina. Como produtos exportados no Brasil são isentos de ICMS, os veículos chegam nos países de destino com preços muito mais competitivos. Podem custar por lá, quase 15% menos, no caso das versões completas em relação ao modelo básico vendido por aqui.


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