1 – Nem crianças nem adultos costumavam usar cinto de segurança quando andavam de carro. O equipamento só se tornou obrigatório em todas as vias públicas com o Código Brasileiro de Trânsito, aprovado em 1997 e que entrou em vigor em 1998.
2 – Era normal crianças sentarem no banco da frente dos automóveis. Foi também com o Código que se determinou que elas deveriam andar no banco de trás até os dez anos. Em 2010, nova regra: até os sete anos e meio, deveriam se acomodar em cadeirinhas próprias. Segundo estudos americanos, com o uso adequado do dispositivo, a chance de sobrevivência em caso de acidente é de 71%.
3 – Muitos pais retiravam a tampa do porta-malas para possibilitar que as crianças viajassem nessa área do carro, o famoso “chiqueirinho”. Era uma maneira também de acomodar mais passageiros. Atualmente, se alguém cometer essa imprudência e for flagrado, é multado em R$ 191,54 e ganha sete pontos na carteira de habilitação.
4- Cigarinhos de chocolate eram comercializados pela empresa Pan, formato impensável para uma guloseima hoje em dia.
5 – Propagandas de bebida alcoólica eram exibidas na televisão e veiculadas pelas emissoras de rádio a qualquer hora do dia. Desde 1996, por lei, esse tipo de publicidade somente pode ser veiculada entre 21h e 6h.
6 – Propagandas podiam fazer apelos imperativos ao consumo infantil. “Compre Batom” e “Não esqueça a minha Caloi” teriam tudo para serem barrados pelo Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária).
7 – Janelas e sacadas de sobrados e apartamentos raramente tinham telas de proteção. As estratégias eram outras, como portas trancadas e barricadas com móveis para impedir o acesso à área.
Arquivo Pessoal
8 – Crianças podiam ir a bares, padarias e outros estabelecimentos comprar cigarro a pedido dos pais ou de outros adultos. Desde 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente proíbe vender ou entregar a menores produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica.
9 – Brinquedos não passavam por certificação para verificar se eram seguros. Muitos continham peças pequenas que podiam ser engolidas por bebês, por exemplo. Só em 1988, o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) tornou compulsória a certificação de brinquedos fabricados ou comercializados no Brasil.
10 – Quem foi criança nos anos 1980, com certeza, ou engasgou com uma bala Soft ou foi proibido pela mãe de consumir a guloseima, justamente pela fama que ela tinha de provocar asfixia devido ao seu formato. O doce –produzido pela empresa Q-Refres-ko e que não existe mais– ficou conhecido como “bala da morte”.
11 – Era comum dar para as crianças mais seletivas na hora de comer tônicos e fortificantes para estimular o apetite e o crescimento. Nos 1980, o Biotônico Fontoura –produto dessa categoria– era um hit nos lares brasileiros. Sua fórmula original continha 19,5% de etanol (álcool etílico). Em 2001, uma resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu o etanol na composição de fortificantes.