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Jaru, 19 de abril de 2024

Viveiristas de café analisam mudas fora de RO por falta de laboratório

Com a nova Legislação Federal de produção de mudas de café adotada pela Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia, produtores de mudas terão que enviar mostras do lote de cada safra para verificação da praga ‘nematoide das galhas’ para laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A nova legislação entrou em vigor no último domingo (17) e não há laboratórios credenciados no Estado.

Segundo a gerente de Defesa Vegetal da Idaron, Rachel Barbosa, Rondônia e a região Norte ainda não possuem um laboratório credenciado pelo Mapa, portanto, os viveiristas precisam encaminhar as amostras para outros estados. “Com a nova legislação, o produtor de mudas precisa mandar analisar o lote, porém, os únicos locais com laboratórios são Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e o Paraná. Lembrando que, quem não faz análise não pode comercializar as mudas no estado”, explicou Rachel.

Conforme o Idaron, o viveirista é o responsável pela análise e a agência do Idaron somente fiscaliza a sanidade vegetal. “O Idaron fiscaliza o viveiro juntamente com o responsável técnico do local, mas a responsabilidade financeira da análise é responsabilidade do produtor de mudas”, disse Rachel.

Detecção da praga nematoide das galhas
O chefe de Pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) de Rondônia, Cesar Teixeira, explica que a praga nematoide das galhas, foi detectada pela instituição em alguns pontos do estado. “Depois que detectamos a praga, partimos para a prevenção, pois somente assim essa doença pode ser erradicada. A nova legislação vem contribuir para a qualidade das mudas produzidas no Estado”, esclareceu Teixeira.

A Embrapa informou ainda que não há como os laboratórios da instituição analisar os lotes das mudas de café, conforme exige a legislação. “A Embrapa ainda não possui estrutura, recursos humanos e não há reagentes exigidos pelo Mapa. Inicialmente não é o objetivo da instituição”, finalizou Teixeira.

Pordutores de mudas participaram de treinamente para se adequar a nova legislação (Foto: Renata Silva/Arquivo Pessoal)Produtores de mudas participaram de treinamente para se adequar a nova legislação (Foto: Renata Silva/Arquivo Pessoal)

A princípio, somente as mudas de café tiveram a legislação alterada pela portaria n. 558/2016 da Idaron, após uma pesquisa realizada pela Embrapa.

“Como a muda é vendida em sacos com terra, quando ela é plantada no solo a praga pode se espalhar para o restante da plantação tornando inviável a vendas dessas mudas, mas somente uma análise laboratorial pode detectar a presença da praga”, informou Rachel.

Viveiristas terão que enviar mostras de mudas para serem analisadas fora do estado, segundo Idaron (Foto: Renata Silva/Arquivo Pessoal)Viveiristas terão que enviar mostras de mudas para
serem analisadas fora do estado, segundo Idaron
(Foto: Renata Silva/Arquivo Pessoal)

A nova legislação alegrou alguns produtores de mudas, porém a falta de laboratório pode aumentar o custo da produção. Segundo o viveirista Antônio Gotv, que mora em Seringueiras distante 560 quilômetros de Porto Velho, a nova legislação garante maior qualidade para quem vende mudas.

“Em dezembro tivemos um treinamento. Há anos estamos falando sobre essa análise, mas o que me deixa desanimado é que como não há laboratório no estado eu encaminho as amostras via correio o que gera um custo maior, que precisará se repassado ao nosso cliente”, contou Gotv.

De acordo com o Idaron, Rondônia possui 48 viveirista que produzem mudas de café, sendo comercializadas em média seis milhões de mudas por safra, porém a capacidade do estado é para cerca de 10 milhões ao todo. As mudas são vendidas para todo o país, segundo a Idaron.

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