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Jaru, 23 de abril de 2024

USP Avalia 6 Mil Grávidas Para Estudar Relação Entre Zika Vírus E Microcefalia

USP Avalia 6 Mil Grávidas Para Estudar Relação Entre Zika Vírus E Microcefalia

A Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto (SP) anunciou na quarta-feira (3) que começou a estudar a relação entre os casos de infecção do zika vírus e de microcefalia na gravidez. Coordenador da pesquisa, o virologista Benedito Lopes da Fonseca estima que 6 mil grávidas sem os sintomas da doença serão acompanhadas durante a gestação.

Segundo o professor, o projeto deve ser concluído no final de 2017 e faz parte do desenvolvimento de um exame de sangue que associa a malformação do cérebro do bebê ao vírus ao detectar anticorpos do zika em materiais coletados na mãe e na criança.

É um estudo pioneiro no Brasil, porque a maior parte começa com a grávida com microcefalia. Neste, nós vamos seguir as saudáveis para definir quantos bebês tiveram malformação cerebral”
Benedito Lopes da Fonseca,
virologista

Desde que a captação das participantes começou, na segunda-feira (1º), 30 amostras já foram coletadas.

“É um estudo pioneiro no Brasil, porque a maior parte começa com a grávida com microcefalia. Neste, nós vamos seguir as saudáveis para definir quantos bebês tiveram malformação cerebral”, disse Fonseca.

Investimento de R$ 500 mil
A pesquisa, em parceria com o município e o Estado, tem um investimento estimado em R$ 500 mil e avalia exclusivamente gestantes do município que não tenham os sintomas do vírus e que sejam atendidas pelo Sistema Único de Saúde.

O convite para participação voluntária é feito na primeira consulta do pré-natal. A gestante que aceitar passará por exame de sangue mensal, assim como no momento do parto, para detecção de todas as doenças que causam microcefalia: zika vírus, dengue, toxoplasmose, sífilis, rubéola, herpes e citomegalovírus.

Caso relação seja comprovada, professor diz que pesquisa mostrará detalhes importantes sobre o zika, como mês de maior risco à gestante (Foto: Gabriela Castilho/ G1)

Segundo o coordenador do projeto, caso esteja infectada com o vírus, a paciente será encaminhada ao Hospital das Clínicas da USP (HC-RP). Em caso de detecção de microcefalia, a gestante será levada ao ambulatório de medicina fetal do HC-RP, onde passará por tratamento e observação.

O virologista afirma que os resultados não serão imediatos, visto que as seis mil gestantes serão acompanhadas em períodos diferentes.

“Pelo menos 15 meses é o tempo que eu vou levar acompanhando os pacientes. Depois, eu preciso fazer todos os testes, que devem ser pelo menos seis mil”,  disse.                                                                                                                              USP em Ribeirão Preto estuda relação entre Zika vírus e                                                                                                          microcefalia (Foto: Gabriela Castilho/ G1)

Dados inéditos

Apesar de o trabalho ser desenvolvido para estabelecer a relação causal entre as doenças, Fonseca diz que o estudo também trará informações inéditas sobre o zika vírus, tais como o período de maior risco para a paciente e em qual mês a microcefalia é causada – caso a associação seja confirmada.

Segundo o virologista, o estudo realizado por sua equipe informará, inclusive, se a infecção assintomática prejudica o feto.

“A gente também vai poder mostrar, no final do estudo, a real porcentagem das grávidas que tiveram zika e que vão ter microcefalia”, acrescentou.

Zika e dengue
Fonseca não descarta a hipótese de que, em meio aos casos confirmados de dengue em Ribeirão Preto – com 927 registros desde o início do ano e quase cinco mil em todo o ano passado – estejam presentes casos de zika vírus.

“É possível que este número estimado pelo secretário [de Saúde de Ribeirão Preto] tenha muitos casos de zika ao mesmo tempo, porque as doenças têm uma manifestação clínica muito parecida”, apontou.

Professor Benedito Lopes da Fonseca coordena pesquisa que irá acompanhar gestação de seis mil mulheres da cidade (Foto: Gabriela Castilho/ G1)

                        Benedito Lopes da Fonseca coordena pesquisa que acompanhará gestantes
                                                                        (Foto: Gabriela Castilho/ G1)

 

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