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Jaru, 24 de abril de 2024

Rosto de indígena é reconstruído em 3D com base em crânio achado no Rio Madeira

O processo de ocupação humana em Rondônia está sendo estudado a partir da análise de crânios encontrados no Rio Madeira. A pesquisa tem como base a reconstrução de faces em 3D, feita pelo pesquisador Cícero Moraes, que trouxe para a Campus Party Rondônia (CPRO) a reconstrução facial de um ancestral indígena.

O especialista apresentará o projeto na noite desta sexta-feira (3) durante a palestra “Reconstruindo faces e vidas com a computação gráfica 3D”.

Segundo a diretora do Museu da Memória Rondoniense, Ednair Nascimento, há cinco meses Cícero Moraes entrou em contato com a instituição para fazer a reconstrução facial de crânios humanos encontrados em áreas de garimpo nas margens do Rio Madeira, entre o Porto do Cai n’água até o Belmonte. O material foi coletado por arqueólogos e garimpeiros.Veja a reconstrução facial em 3D de indígena feito com base em crânio achado em RO

Veja a reconstrução facial em 3D de indígena feito com base em crânio achado em RO

“Ao todo, seis crânios foram doados pro museu e até agora não tínhamos um estudo sobre eles. A participação do Cícero vem muito a colaborar nesse processo de pesquisa. Processo que também tem parceria com os alunos de arqueologia da Universidade Federal de Rondônia (Unir)”, explicou Ednair.

A datação relativa dos crânios é de aproximadamente 3 mil anos. A partir do estudo será possível ter a determinação do sexo, idade biológica do crânio e causa da morte.

“A gente vai saber se foi uma morte catastrófica, por doença, surto ou morte natural. Além disso, o mais importante é estabelecer uma conexão dessa população, saber quais as características étnicas, se têm traços mongóis, indígenas, ou europeus”, comentou a diretora do museu.

Com essa pesquisa será possível colocar Rondônia no mapa da trajetória de migração e ocupação humana no mundo. E também reconstruir a memória do estado.

Rosto de indígena foi feito com base em crânio achado no rio (Foto: Reprodução)Rosto de indígena foi feito com base em crânio achado no rio (Foto: Reprodução)

Rosto de indígena foi feito com base em crânio achado no rio (Foto: Reprodução)

“Com isso a gente começa a compreender que a ocupação humana em Rondônia é muito anterior a Estrada de Ferro Madeira Mamoré, já existiam indígenas aqui antes da ferrovia, e antes desses indígenas existiam outros grupos também. Nossa miscigenação pode ser levantada a partir desse estudo científico”, afirmou Ednair Nascimento.

Reconstrução de faces em 3D

Cícero Moraes é formado em marketing, mas trabalha com computação gráfica atualmente. Ele faz simulações de cirurgias faciais humanas, mostrando o resultado da face de um indivíduo após cirurgias ortognáticas, que grosso modo é uma cirurgia para deformações faciais, também de rinoplastia e ortodontia.

“O que a gente faz é uma simulação pra ajudar os especialistas, é como se eles treinassem a cirurgia antes de fazê-las, quando ele vai fazer a cirurgia ele já treinou umas quatro ou cinco vezes, e isso aumenta a segurança do procedimento”, afirmou Cícero.

O pesquisador também trabalha com reconstrução de próteses humanas e animais, como o caso de um jabuti que recebeu um casco completo em 3D, em 2015 e a arara Gigi que recebeu um bico impresso em metal em 2016.

Desenho em 3D foi feito após crânio ser achado  (Foto: Reprodução)Desenho em 3D foi feito após crânio ser achado  (Foto: Reprodução)

Desenho em 3D foi feito após crânio ser achado (Foto: Reprodução)

Sobre a parceria com o Museu da Memória Rondoniense, o pesquisador comentou que a recuperação de patrimônio deve ser discutida, fomentada e incentivada.

“Tecnologia não é só digital, tudo que você fornece pra uma população, e melhora a vida das pessoas é tecnologia, por isso procurei o museu. Acredito que esse projeto marcará a história do estado”, conta.

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