O fato ocorreu na madrugada deste sábado, 13 de fevereiro, por volta das 05h00, no estacionamento do Hospital Regional de Vilhena, quando uma mulher em trabalho de parto e seu marido chegaram ao local conduzidos por um amigo dentro de Volkswagen Gol, cor vermelha.
A parturiente Marilza Furtado, 29 anos, chegou ao hospital quase sem forças e seu bebe já estava com parte da cabeça para fora, o que assustou seu marido, Natanael Pereira, 30 anos, O amigo do casal que reside na linha 145, no assentamento Flor da Serra à cerca de 37 quilômetros da cidade, que os conduziu até o hospital, entrou na emergência para buscar ajuda, mas não conseguiu ajuda, pois não encontrou nenhuma enfermeira ou médico.
Neste momento, a repórter do Vilhena Notícias, Leir Freitas, estava no hospital buscando informações sobre uma tentativa de assassinato, após ouvir gritos do marido, “… está nascendo! está nascendo !”, chegou perto do veículo e acabou se sensibilizando com a situação, e pela falta de ajuda, acabou fazendo o parto do bebê dentro do veículo.
Segundo a repórter, a cabeça do bebê já estava “coroando” e ela teve o trabalho apenas de terminar de puxá-lo e liberar suas vias respiratórias, pois o mesmo havia nascido envolvido pela bolsa gestacional, “Foi tudo muito rápido, quando eu vi o bebê já estava com a cabeça para fora, eu o puxei, tirei a bolsa que o envolvia, limpei sua boca e dei um tapinha nas suas costas, ai ele chorou. Foi uma experiência maravilhosa, e muito inesperada. Por fim, enrolei a criança num lençol e deixei com a mãe, tudo isso dentro do carro, no estacionamento do hospital”, disse Leir.
O bebê, que vai se chamar Moisés, nasceu com 3,915 kg , após 15 minutos a ajuda chegou através de uma enfermeira e depois com uma médica de plantão, que conduziram os pais e o bebê até a maternidade para a realização dos procedimentos necessários. Segundo informações do corpo médico, mãe e filho passam bem.
REPORTER FAZENDO PARTO
A repórter Leir Freitas, 29 anos, tem dois filhos e disse que nunca se imaginou numa situação dessas, ainda mais na frente de um hospital.
“Adoro bebês, mas tremia muito durante e depois do parto. É interessante como as coisas acontecem, fui atrás de uma notícia triste, sobre uma tentativa de homicídio, mas acabei ajudando um lindo bebê a nascer”, disse Leir.
Mesmo com todas as dificuldades a repórter conta que o nascimento de Moisés emocionou a todos no hospital, que discussões e reclamações foram superadas pelo fôlego do choro do bebê.
“Espero reencontrar os pais e o pequeno Móises, e poder segura-lo mais uma vez”, se emocionou Leir.
SITUAÇÃO DO HOSPITAL REGIONAL DE VILHENA
Passando por várias dificuldades financeiras desde o ano passado, o Hospital Regional que é administrado pela prefeitura de Vilhena, está com o quadro de funcionários reduzidos, e os servidores todos os meses travam uma batalha com o prefeito José Rover (PP) para poderem receber seu salários.
Essa atmosfera de caos e preocupação se reflete no atendimento à população, pois não tem outra via, se não o atendimento púbico, o que vem gerando dezenas de reclamações todas as semanas.
A falta de medicamentos ainda envergonha médicos e enfermeiras, que mesmo se dedicando, por vezes pouco podem fazer pela população. O que vem acontecendo é que boa tarde dos vilhenenses está sendo encaminhada para outros hospitais do estado, principalmente o de Cacoal e os da capital, Porto Velho.
Texto: Kanitar Oberst
Fotos: Vilhena Notícias
Da redação do Alerta Rondônia Ítalo Coelho
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