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Jaru, 29 de março de 2024

Menino se nega a comer prato de arroz e padrasto o esfaqueia

Um dia após um menino de 7 anos ser esfaqueado pelo próprio padrasto, em Cacoal (RO), a família da criança está chocada com os motivos que levaram a tentativa de homicídio. De acordo com o primo da vítima, Gabriel Rodrigues Diniz, o menino foi golpeado em várias partes do corpo porque se negou a comer um prato de arroz que foi ofertado pelo padrasto.

A mãe do garoto, Bruna Figueiredo, 31 anos, que discutiu para defender o filho do esposo, também acabou sendo esfaqueada e não resistiu aos ferimentos.

Em entrevista ao G1, Gabriel conta que a discussão entre Bruna e o marido começou após o casal ir até a casa dele para tomar banho de piscina, durante a tarde de quinta. Após chegarem à residência, o homem começou a exigir que o enteado comesse um prato de arroz.

“O meu priminho nunca comeu arroz. Ele só toma leite, come cereais e steak de frango. A Bruna sabendo disso, levou a comida do filho e fritou o steak. Mas o esposo dela começou a obrigar o garoto a comer arroz. Ficou bravo e jogou os steaks no chão. A Bruna veio ver o que estava acontecendo e os dois começaram a discutir”, relembra Gabriel. Após a discussão, Bruna ficou com vergonha e chorou na frente dos familiares.

Quando os policiais entraram na casa encontraram o suspeito tomando banho ao lado do corpo da mulher. (Foto: Charles Duarte/Arquivo pessoal)Homem disse que cometeu crime por sentir
vergonha  do enteado durante festa
(Foto: Charles Duarte/Arquivo pessoal)

Segundo Bruno, Bruna levou o marido e o filho embora depois da briga por causa do prato de arroz. Quando chegaram em casa, o suspeito, de 28 anos, esfaqueou a mulher e a criança mais de cinco vezes.

“Logo que foram embora de casa minha mãe ficou preocupada, ligou umas dez vezes para Bruna, mas ela não atendeu. Passadas algumas horas resolveu ir até a casa do meu primo. Antes que chegassem ao destino receberam a informação de que a garota havia sido assassinada e o filho esfaqueado”, explica Bruno Diniz.

Gabriel contou que Bruna já estava casada há dois anos com o suspeito e nunca havia presenciado discussões entre o casal. “Nós sempre tivemos medo que ele batesse nela, pois sabíamos que ele era violento com a sua ex-mulher, até tendo registro de ocorrência registrado na delegacia. Mas nunca pensamos que ele teria coragem de matar ela”, afirmou.

Segundo Gabriel, o que a família deseja agora é Justiça, pois nada justifica o que ele faz com mãe e filho.

Velório de Bruna está sendo realizado nesta sexta, 27 (Foto: Magda Oliveira/ G1)Velório de Bruna está sendo realizado nesta sexta-feira, 27, em Cacoal (Foto: Magda Oliveira/ G1)

Conforme o policial que atendeu a ocorrência, Charles Duarte, o suspeito alegou que cometeu o crime por ter ficado com vergonha da desobediência do enteado. “Ele disse que estava em uma festinha na casa de uma prima. Durante a festa, o menino teria o desobedecido. Quando chegou em casa foi tirar satisfação com a companheira sobre a situação, onde deu início as discussões que terminaram com a morte da esposa e a criança gravemente ferida”, explicou.

Na UTI
A criança de sete anos que foi esfaqueado pelo padrasto na tarde de quinta-feira, está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica do Hospital Regional de Cacoal (HRC). O estado de saúde é grave, porém estável.

De acordo com o diretor do HRC Marco Aurélio Vasquez, o garoto foi operado ainda na quinta-feira, pois teve perfurações no baço, fígado, estômago, além da veia cava, que transporta o sangue para o coração. “Ele perdeu muito sangue, por isso os médicos optaram por suturas internas e deixaram o abdômen aberto com curativos compressivos, pois querem ter certeza que não ocorram vazamentos internos que podem levar ao comprometimento dos órgãos”, explicou Vasquez.

O garoto está sedado, recebendo transfusão de sangue e se tudo correr bem, irá passar por uma nova cirurgia nesta sexta-feira (27) para suturar o abdômen.


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