Jaru Online
Jaru, 19 de abril de 2024

Manifestantes se reúnem na Avenida Paulista em ato contra governo Dilma

Manifestantes se reuniram neste domingo (13) na Avenida Paulista, região central de São Paulo, em ato contra o governo Dilma Rousseff (PT). A manifestação foi menor do que as três anteriores realizadas neste ano contra a presidente e acabou por volta das 18h30.

O Instituto Datafolha calculou que o ato reuniu 40,3 mil manifestantes na Avenida Paulista. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse que havia 30 mil pessoas no horário de maior concentração, às 16h15.

A organização do Movimento Brasil Livre (MBL), um dos seis grupos que convocaram o ato, informou que 80 mil pessoas participaram do ato na Paulista.

O advogado Roberto Germanos, um dos integrantes do Endireita Brasil, falou ao G1 que nenhum dos seis grupos participantes do ato tem precisão para informar quantas pessoas participaram nesta tarde. Ele afirmou, no entanto, que, por sua experiência, cerca de “50 mil pessoas protestaram hoje”. Germanos concorda que o ato teve menos adesão do que os três anteriores realizados neste ano, mas disse que “sai satisfeito do protesto”.

O Movimento Vem Pra Rua divulgou, por volta das 17h30, que foram entre 100 mil e 150 mil manifestantes na Avenida Paulista. Os organizadores assumem que a manifestação foi menor que as anteriores. “A gente sabia que ia ser menor porque houve um tempo menor de divulgação, por isso chamamos de ‘esquenta'”, afirmou Rogerio Chequer.

Marcelo Reis, fundador do movimento Revoltados Online, estima que foram 500 mil manifestantes reunidos na Avenida Paulista. Ele disse que o protesto foi muito bom pelo pouco tempo que tiveram para organizá-lo e que foi só um “esquenta para o próximo ato”.

Às 17h20, o comandante Luiz Henrique Jacintho, da PM, um dos responsáveis pelo policiamento durante a manifestação, afirmou que o ato foi pacífico e apenas uma mulher foi levada ao 78º Distrito Policial, nos Jardins, porque tirou a blusa em meio ao protesto.

Por volta das 19h, um outro homem foi detido em frente ao Masp. O tenente-coronel André Luiz informou que o morador de rua se envolveu em uma discussão e ameaçou dois vendedores ambulantes. A PM foi chamada e deteve o homem. Ele será levado para um pronto-socorro e o caso também irá para o 78º DP.

SP: protesto em frente ao Masp, na Avenida Paulista (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)Protesto em frente ao Masp, na Avenida Paulista (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)
Manifestantes em frente à Fiesp, na Avenida Paulista (Foto: Reprodução/TV Globo)Manifestantes em frente à Fiesp, na Avenida Paulista (Foto: Reprodução/TV Globo)

Começo do ato
Segundo a assessoria de imprensa da PM, o ato começou por volta das 11h30, com a concentração de pessoas e ao menos sete caminhões de som na via. Em sua maioria, pessoas vestem camisetas amarelas, carregam bandeiras do Brasil e faixas contrárias ao governo.

Nós queremos a devolução do nosso país. Nesta avenida, ruas e praças de todo o Brasil, nossos corações transbordam do sentimento de justiça”
Jurista Hélio Bicudo

Entre os gritos de ordem estão os pedidos para o impeachment de Dilma – uma grande faixa foi estendida pela avenida com a inscrição ‘Impeachment já’. Os juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior também estavam presentes no ato. Foram eles que formularm o pedido de impeachment da presidente Dilma aceito pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

“O Brasil não pode permanecer nas mãos do PT. O Brasil  não pertence ao PT, o Brasil não pertence à senhora Dilma Rousseff. O Brasil é nosso, é do povo que clama por uma democracia verdadeira”, disse Bicudo. “Nós queremos a devolução do nosso país. Nesta avenida, ruas e praças de todo o Brasil, nossos corações transbordam do sentimento de justiça. Na boca do povo, uma só palavra: impeachment”.

Jurista Hélio Bicudo participa de manifestação na Avenida Paulista (Foto: Isabela Leite/G1)Jurista Hélio Bicudo participa de manifestação na Avenida Paulista (Foto: Isabela Leite/G1)

Segundo a PM, seis grupos haviam se reunido na semana passada com a corporação para pedir autorização para realizar o protesto na Paulista. Entre os grupos que participaram do encontro estavam: Movimento Brasil Livre, Vem Pra Rua, Solidariedade, Endireita Brasil, Revoltados On Line e outro ligado ao ator Alexandre Frota.

Por volta das 14h40, os manifestantes estavam espalhados ao longo de sete quarteirões da Avenida Paulista. A maior concentração estava em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na esquina com a Rua Pamplona. Sete caminhões de som estavam na via neste domingo.

Faixa gigante é aberta em um dos pontos turísticos da capital paulista (Foto: Reprodução/TVG)Faixa gigante é aberta em um dos pontos turísticos da capital paulista (Foto: Reprodução/TVG)
Cartaz manifestação Avenida Paulista  (Foto: Isabela Leite/G1)Cartaz manifestação Avenida Paulista (Foto: Isabela Leite/G1)

Políticos do PSDB
O senador José Serra (PSDB-SP), que é do partido que faz oposição ao governo de Dilma, esteve na Avenida Paulista. Para o político, o impeachment de Dilma passa pela Câmara e pelo Senado. “Basta olhar as ruas e ver que o Brasil está querendo mudança”, disse.

Ela mentiu durante a campanha, financiada com dinheiro sujo. O nome dessa crise é Dilma”
senador Aloysio Nunes (PSDB-SP)

Para Serra, só a “grande mobilização em todo canto do país vai tirar o Brasil dessa situação.” Segundo ele, ao que tudo indica, a crise econômica será pior em 2016.

O também senador tucano Aloysio Nunes foi outro político presente ao protesto. Ele foi visto perto do carro de som do Movimento Vem Pra Rua balançando um ‘Pixuleco’, boneco inflável alusivo ao ex-presidente Lula. “Ela mentiu durante a campanha, financiada com dinheiro sujo. O nome dessa crise é Dilma”, falou o senador tucano durante o ato.

Público
O advogado Everson Andrade disse que foi à Avenida Paulista protestar para mostrar que “honestidade se constrói com honestidade”. Ele afirmou ter gastado R$ 10 com material para fazer as faixas contrárias a Dilma. Um cartaz colocado no poste de um semáforo pedia que manifestantes escrevessem sua opinião sobre o que é necessário para ter um Brasil melhor.

Bonecos infláveis de Lula, vestido de preso, e de Dilma, mascarada, foram usados pelos manifestantes ligados aos grupos que foram a Paulista. O Movimento Revoltados Online informou que contratou seguranças para impedir que alguém tentasse furar os bonecos infláveis levados pelo grupo, como ocorreu num protesto anterior na região central.

No vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), um dos cartões postais da Paulista, pessoas faziam um ‘panelaço’, batendo talheres em panelas.

O músico Paulo Ricardo, famoso por cantar na banda RPM, discursou em cima do carro de som do Movimento Vem Pra Rua. “Agora é a hora da revolução”, falou o artista.

O senador José Serra (PSDB-SP) também compareceu na Avenida Paulista (Foto: Isabela Leite / G1)O senador José Serra (PSDB-SP) também compareceu na Avenida Paulista (Foto: Isabela Leite / G1)

Cantor Paulo Ricardo discursa em carro de som na Avenida Paulista (Foto: Isabela Leite/G1)Cantor Paulo Ricardo discursa em carro de som na Avenida Paulista (Foto: Isabela Leite/G1)

Senador Aloysio Nunes chega à Avenida Paulista neste domingo (Foto: Isabela Leite/G1)Senador Aloysio Nunes chega à Avenida Paulista neste domingo (Foto: Isabela Leite/G1)
Grupo faz panelaço no vão livre do Masp e defende que 'a verdadeira oposição é na rua' (Foto: Isabela Leite/G1)Grupo faz panelaço no vão livre do Masp e defende que ‘a verdadeira oposição é na rua’ (Foto: Isabela Leite/G1)

O administrador Valdir Borges foi de bicicleta para a Avenida Paulista com uma camiseta em alusão ao “fora Dilma” e comprou um boneco inflável do ex-presidente Lula. Segundo ele, o objetivo é protestar contra a corrupção. “O governo é inapto. Não é de agora que os problemas de corrupção existem”, disse.

Próximo a Borges, um caminhão tentava passar em meio aos manifestantes no início desta tarde para retirar cones das ciclofaixas, que geralmente ficam montadas até o fim da tarde.

Durante a manifestação, era possível ver que grupos contrários ao governo se misturavam com pessoas que estavam Paulista apenas para passear. A via está fechada desde 10h deste domingo para veículos e aberta a ciclistas e pedestres, como ocorre desde outubro.

Administrador Valdir Borges participa de manifestação na Avenida Paulista (Foto: Isabela Leite/G1)Administrador Valdir Borges participa de manifestação na Avenida Paulista (Foto: Isabela Leite/G1)Pastor participa de manifestação na Avenida Paulista neste domingo (Foto: Karina Godoy/G1)Pastor participa de manifestação na Avenida Paulista neste domingo (Foto: Karina Godoy/G1)
Manifestante vai à Avenida Paulista com máscara satirizando o ex-presidente Lula (Foto: Isabela Leite/G1)Manifestante vai à Avenida Paulista com máscara satirizando o ex-presidente Lula (Foto: Isabela Leite/G1)
Labrador Mussum participa de manifestação na Avenida Paulista (Foto: Isabela Leite/G1)Labrador Mussum participa de manifestação na Avenida Paulista (Foto: Isabela Leite/G1)

Protestos anteriores na Paulista
Neste ano, os três últimos protestos contra o governo federal que ocorreram na região da Avenida Paulista foram em 12 de abril, 15 de março e 16 de agosto. Em abril, a PM havia calculado em 275 mil o número de manifestantes. O Datafolha informou que foram 100 mil. Já os organizadores falaram em 800 mil pessoas.

Em março, tanto a PM como os organizadores informaram que havia 1 milhão de pessoas. O Datafolha apontava 210 mil. Em agosto, os grupos organizadores estimaram o público entre 900 mil e 1,5 milhão de pessoas. Segundo a Polícia Militar, foram 350 mil, no pico. O Datafolha contou 135 mil manifestantes naquela ocasião.

Bonecos infláveis Lula e Dilma protesto Avenida Paulista (Foto: Karina Godoy/G1)Bonecos infláveis Lula e Dilma protesto Avenida Paulista (Foto: Karina Godoy/G1)
Ciclofaixa da Avenida Paulista é desmontada durante manifestação neste domingo (Foto: Karina Godoy/G1)Ciclofaixa da Avenida Paulista é desmontada durante manifestação neste domingo (Foto: Karina Godoy/G1)

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