Fazenda inicia processo de integração lavoura e pecuária em Rio Crespo

Uma fazenda localizada na LC-90 Km 01 de Rio Crespo, município localizado na região do Vale do Jamari de Rondônia, distante cerca de 200 quilômetros de Porto Velho, iniciou há um ano o processo de integração lavoura e pecuária e pretende ser modelo de sustentabilidade na região.

O fazendeiro Gilberto Borgio assumiu a propriedade há três anos e passou a trabalhar com o gado no espaço que até então, era dominado pela agricultura. No último ano, Gilberto integrou outras três atividades na fazenda: as safras de soja, do milho e consorciada com a braquiária. O rebanho de mil cabeças divide o mesmo espaço das lavouras em cerca de mil hectares.

“A idéia é aumentar a rentabilidade da fazenda, com mais produção de carne e menos tempo do rebanho no pasto. Com esse sistema, pretendo mostrar para os outros produtores da região o quanto produzimos este ano com a cultura da soja e do milho, e quanto poderemos produzir nos próximos cinco anos”, afirma.

O produtor rural está entusiasmado com os resultados do sistema de integração. Com os números da colheita da soja, em 2015 foram 40 sacas do grão. Este ano, o número já foi superado, a mais recente colheita alcançou 55 sacas, um aumento importante nos lucros da fazenda. A maneira sustentável de trabalho adotada na propriedade também reflete no tempo que os animais permanecem no pasto, cerca de 25% a menos do que em uma pastagem de extensão, pois os animais intercalam o mesmo espaço que as lavouras.

A fazenda do Gilberto Borgio é a primeira da região do Vale do Jamari a adotar o sistema de integração lavoura e pecuária, um projeto que já se tornou referência na adoção do sistema. O método utilizado na fazenda é acompanhado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) de Rondônia.

Segundo o pesquisador da Embrapa, Ademir Zimmer, o objetivo da tecnologia Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), é associar a produção de grãos com a produção de bovinos, podendo ser gado de corte ou de leite. A associação das culturas permite um ciclo da rotatividade dos plantios, além de renovar e recuperar as pastagens. Com esses sistemas agrícolas, o estado ganha sustentabilidade econômica e benefícios ambientais.