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Jaru, 26 de abril de 2024

Em 2015, apenas Rondônia apresentou resultado positivo no setor de serviços

O espaço para que o setor de serviços continue repassando a alta de custos aos consumidores para preservar a margem de lucro pode estar chegando ao fim. E isso deve se refletir em uma inflação um pouco menor nos próximos meses, avaliam economistas, embora os gastos para manter o negócio ainda sejam elevados. A expectativa é de desaceleração paulatina na inflação de serviços nos próximos anos.

“Argumentos que justificam essa resistência são o aumento do salário mínimo acima da inflação de 2015, o que pressiona os serviços intensivos em mão de obra (cerca de 25% do grupo de serviços), os aumentos baseados na inflação passada nos serviços de educação e a pressão dos alimentos sobre o subgrupo de alimentação fora do domicílio”, disse o economista da Rosenberg Associados Leonardo Costa.

Em 2015, o volume de serviços prestados caiu 3,6%, recorde negativo, e a receita nominal cresceu apenas 1,3%, o pior resultado desde 2012, início da série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada pelo IBGE. O crescimento menor do faturamento mostra que o aumento de preços por parte dos empresários do setor de serviços está chegando ao fim, afirma o economista da RC Consultores, Marcel Caparoz.

O problema, segundo o economista, é que os custos com energia, funcionários e outros administrados continuam altos, diz, o que deve segurar a inflação de serviços acima de 6,5% em 2016. Desde novembro do ano passado os preços dos serviços vêm subindo menos. O indicador acumulado em 12 meses desacelerou de 8,34% para 7,88% em janeiro. Em igual mês do ano anterior a taxa havia somado 8,75%, segundo o IBGE.

“Vai ser muito difícil tentar repassar preços porque a demanda está fraca, mas há uma pressão muito forte dos custos. A chance é que haja reajustes menores, com uma tendência de redução da inflação ao longo de 2016”, disse Caparoz. O alívio nos preços, porém, deve ocorrer em detrimento do lucro e qualquer “recuperação da demanda pode ser um momento para tentar reverter essa margem”.

O setor de serviços fechou 2015 em queda, revelando um tombo mais forte dos segmentos dependentes do setor privado, em especial da indústria. Ao mesmo tempo, a retração dos serviços prestados às famílias, que ocorre há mais tempo, reforçou o quadro negativo.

O maior tombo ocorreu no segmento de transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, que recuou 6,1% no ano passado. O setor é estreitamente relacionado à indústria, que registrou, em 2015, uma queda de 8,3% na produção. Puxado pela movimentação de cargas, o transporte terrestre acumulou perda de 10,4% no ano. Dois movimentos puxam o segmento para baixo: queda na demanda por matérias-primas das indústrias e menor distribuição de produtos prontos.

Em relação às famílias, o grupo que inclui atividades como alimentação, lazer, beleza, alojamento, cursos de idiomas, entre outros, mostra retração desde junho de 2014. “Os serviços prestados às famílias dependem fundamentalmente da renda, que caiu”, disse Roberto Saldanha, técnico do IBGE responsável pela pesquisa. Em 2015, a atividade acumulou queda de 5,3%. Em dezembro, o recuo chegou a 7%, mês em que o rendimento médio mensal caiu 5,8%, de acordo com os dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME).

Já a forte queda dos serviços profissionais, administrativos e complementares -perda de 4,3% no ano – mostra que as empresas estão cortando até serviços essenciais como limpeza e segurança. Em dezembro, esse grupo de atividades caiu 8,8%, maior recuo entre todas as seis atividades pesquisadas pela PMS no mês.

A queda do volume de serviços prestados é generalizada entre todos os segmentos analisados pela PMS e em praticamente todas os Estados brasileiros, afirma a Confederação Nacional do Comércio (CNC). No ano passado, apenas o Estado de Rondônia apresentou resultado positivo entre as unidades da federação.

Em “Estamos perdendo parte do efeito da interiorização da economia, pelo menos sob a ótica dos serviços está regredindo”, avaliou Fabio Bentes, economista da CNC. As regiões Nordeste (-5,5%), Sul (-4,0%) e Norte (-3,8%) lideraram as perdas, com destaque para os Estados do Amapá (-11,8%), Maranhão (-11,3%) e Amazonas (-9,8%).

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