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Jaru, 26 de abril de 2024

Secretário Estadual de Agricultura declara estar seriamente preocupado com possível prejuízo ao mercado da carne rondoniense

A luta de Rondônia, nessa situação de denúncias de comercialização de carne estragada em alguns pontos do país, é para explicar à opinião pública, aos consumidores brasileiros e aos representantes de 40 países que compram nossa carne, que nada temos a ver com o grave problema nacional, quando foi descoberta uma quadrilha de  fiscais federais e empresários, que manipulavam os produtos e os colocavam no mercado, com péssimas condições de consumo. Embora os envolvidos sejam apenas 33 dos mais de 11 mil que atuam na fiscalização da carne, os prejuízos apenas da divulgação do problema já são notórios.

O secretário de Agricultura do Estado, Evandro Padovani, que estava ontem no interior, tratando da Rondônia Rural Show, está seriamente preocupado. Não com a qualidade da carne rondoniense, produzida em onze plantas de frigoríficos no Estado, que tem  sua certificação extremamente positiva, sempre  garantida. Nosso Estado sequer foi citado nas investigações. O estrago, contudo, é que a partir da divulgação do envolvimento de algumas pessoas, toda a estrutura nacional de produção, pode ser colocada sob suspeita. Não permitir que o problema atinja nossa Rondônia; nem as empresas que aqui atuam com seriedade (segundo Padovani) e muito menos os oito mil empregos diretos no setor, será a tarefa que a Seagri, o governo rondoniense e todos os produtores terão, a partir de agora.

Temos uma carne de altíssima qualidade. Nenhum problema foi detectado por aqui, lembra Padovani. No ano passado, do nosso rebanho de mais de 13 milhões e meio de cabeças, um total de 2 milhões 768 mil foram abatidas. A grande maioria produzindo a chamada “carne verde”, ou seja, com o gado solto, se alimentando apenas de pasto. Somos hoje o sexto maior rebanho bovino do país (há menos de cinco anos, éramos o oitavo) e a qualidade do nosso boi é reconhecida não só em todo o país, mas também  junto aos nossos clientes de mais de 40 clientes internacionais, que compram a carne produzida em Rondônia. As exportações do produto representam mais de 55% de tudo o que vendemos ao exterior e, até hoje, não há sequer uma só contestação à qualidade da nossa carne. Rondônia está livre da aftosa, da má qualidade do gado, dos fiscais corruptos e dos empresários canalhas. O nosso problema vai ser convencer o consumidor daqui e do mundo que somos diferentes, já que a Operação Carne Fraca, de certa forma, colocou todo o setor sob suspeita.

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UNIÃO EUROPEIA

O secretário Padovani lembrou que os maiores problemas de má qualidade da carne, descoberto na Operação da Polícia Federal, relacionam-se com a indústria de embutidos. Ele está preocupado pela repercussão negativa que a divulgação do assunto possa ter, sobre os negócios da carne brasileira, com os mais de 150 países para quem exportamos. O secretário diz que apoia as investigações e que todos os culpados devem ir para a cadeia, mas acha que a forma como a divulgação foi feita, pode causar prejuízos incalculáveis para o país e para suas exportações. É a mesma preocupação, aliás, do ministro Blairo Maggi, visivelmente abatido, quando comentou o assunto para as emissoras de TV. No mundo globalizado, onde as notícias correm quase quanto a velocidade da luz, os prejuízos para o Brasil e para Rondônia podem ser imensos. Para nós, no Estado, essa crise não poderia ter chegado em pior hora. Estamos numa negociação de vários anos, para começarmos a vender nossa carne para a União Europeia. Agora, com esse rolo todo, conseguiremos?

 

Autor : Sérgio Pires

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