Jaru Online
Jaru, 29 de março de 2024

Anã cega briga na Justiça para obter leite para trigêmeas: ‘Está muito difícil’

Uma moradora de Guarujá, no litoral de São Paulo, briga na Justiça para receber alimentação apropriada para suas três filhas. Maria Dulcinéia da Silva é anã, tem 1,20 metro de altura, e deu à luz a trigêmeas, em abril de 2014.

De acordo com a mãe de Maria Eduarda, Maria Helena e Maria Heloísa, o leite especial, que é fornecido pela administração municipal, deixou de ser entregue no fim de julho. “Um joga para um, que joga para o outro. A secretaria de Saúde jogou para a de Ação Social. Disseram que a criança está comendo bem e elas realmente estão. Mas, quando as crianças não estão na creche, elas precisam de leite. Está muito difícil conseguir”, afirma Dulcinéia, que não tem a visão do olho direito.

A Vara da Infância e Juventude do município intimou a prefeitura a entregar uma lata por dia para Maria Dulcinéia, sendo que o fornecimento só pode ser interrompido com um laudo médico.

Em contrapartida, a Prefeitura de Guarujá afirma que as crianças passaram pela Unidade de Saúde Vila Baiana e a pediatra da unidade afirmou que as crianças estão bem de saúde e podem tomar o leite que é distribuído de graça pelo Governo do Estado.

A unidade de ensino no qual as crianças estudam informou que elas não apresentam reação ao leite que é distribuído na creche. A administração municipal vai recorrer da decisão.

Gestação
As meninas nasceram em Natal, no Rio Grande do Norte, prematuras, no dia 2 de abril de 2014. Maria Helena tinha 1,090 kg; Maria Eduarda, 1,066 kg; e Maria Heloíse, 1,111 kg.

A médica Patrícia Fonseca Bezerra, que realizou  o parto, explicou que Dulcinéia estava com desconforto respiratório e os bebês deixaram de adquirir peso, por isso o parto foi feito antecipadamente. “Por causa do volume do útero houve diminuição da capacidade de expansão pulmonar materna, que significa que a mãe estava com dificuldades para respirar. Além disso, os bebês deixaram de adquirir peso e foi necessária a intervenção”, disse à época.

Uma das meninas, Maria Helena ficou completamente cega depois do nascimento. A retinopatia da prematuridade atinge bebês prematuros ou com baixo peso ao nascimento. “Agora, estamos tentando procurar um transplante de retina para resolver essa situação”, explicou Maria Dulcinéia.

Dulcinéia está há sete meses na maternidade, onde chegou ainda grávida (Foto: Felipe Gibson/G1)Dulcinéia está brigando na Justiça por leite para filhas (Foto: Felipe Gibson/G1)

COMPARTILHAR