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Jaru, 20 de abril de 2024

Aécio teria recebido cerca de R$ 50 milhões de caixa 2 da Odebrecht em troca de apoio para obras das usinas de Santo Antônio e Jirau

Em um dos inquéritos no Supremo Tribunal Federal, o senador e presidente do PSDB, Aécio Neves, vai ser investigado pelo suposto recebimento de propina no exterior. Em troca, ele teria defendido interesses da Odebrecht na construção de hidrelétricas.

O delator Henrique Valadares, ex-vice-presidente da Odebrecht, disse que tudo foi acertado no Palácio das Mangabeiras, residência oficial do governador de Minas. Ele contou que o então governador Aécio Neves, do PSDB, recebia o dinheiro para defender os interesses da Odebrecht nas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, em Rondônia.

Segundo o delator, Aécio recebeu R$ 50 milhões.

“O Marcelo disse que tinha acertado com o governador um valor de R$ 50 milhões”, disse Henrique Valadares em seu depoimento. Em outro momento da delação, o ex-executivo revelou que, ao todo, R$ 120 milhões foram pagos em propina pelas obras, sempre em contas no exterior.

Pergunta: Esse pagamento de R$ 50 milhões era um percentual relativamente pequeno?

Henrique Valadares: É, mas some-se a isso todo o resto… Não só 50 (milhões). Estamos falando de 50 (milhões), mais os outros 50 (milhões), mais os 20 (milhões) que ainda vou falar. Isso só em propinas.

Pergunta: O senhor sabe dizer se esse valor que o senhor destinou integralmente ao senador Aécio Neves…

Henrique Valadares: Não faço a menor ideia.

Pergunta: Sabe dizer se esse valor foi integralmente pago através de contas no exterior?

Henrique Valadares: Com certeza.

O ex-executivo Henrique Valadares disse que a relação da Odebrecht com a Cemig, companhia energética de Minas, que participava de contratos, era difícil. A Odebrecht e a Cemig integram o consórcio que venceu Santo Antônio.

“Não pense que é fácil lidar com Cemig, não. É complicado. Mais fácil lidar com clientes privados duros do que com Cemig. Cemig é muito difícil, e competente”, afirmou Valadares.

Marcelo Odebrecht contou que usava a influência de Aécio Neves para negociar com a Cemig: “A gente usava a nossa relação com o Aécio para contrabalançar um pouquinho a influência que a Andrade tinha diretamente na Cemig. E teve algumas reuniões com a presença de Aécio para ver se apaziguava, alinhava as coisas”.

Os delatores entregaram documentos como provas dos pagamentos e dos encontros com Aécio Neves. O inquérito aponta possível prática de crimes, a partir de 2008. Corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro.

Aécio Neves afirmou que desconhece a íntegra dessa delação e, portanto, não pode se manifestar. Ele reitera que as investigações comprovarão a correção da sua conduta.  A Cemig informou que irá aguardar a manifestação da Justiça e que está à disposição para qualquer esclarecimento.

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