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Jaru, 26 de abril de 2024

13º pode ser usado para ‘salvar’ a vida financeira; veja dicas

No final do ano, o tão esperado 13º salário traz uma renda adicional ao bolso dos trabalhadores. E, neste ano, com o desaquecimento da economia, muitos brasileiros devem usar o dinheiro para quitar dívidas ou até guardar uma parte para investir, já que em meio ao cenário econômico incerto, é prudente ter uma reserva em caso de perda de emprego ou outros imprevistos.

Os patrões tinham até segunda-feira (30) para pagar a primeira parcela do 13º salário. Já a segunda parcela deve ser paga até o dia 18 de dezembro, pois dia 20, que é a data estipulada em lei, cai em um domingo.

O pagamento de dívidas será o destino do 13º salário de 74% dos assalariados em 2015, segundo uma pesquisa divulgada pela Anefac – aumento de 8,8% em relação a 2014.

Em contrapartida, caiu em 27%, entre 2014 e 2015, o percentual de brasileiros dispostos a utilizar o salário extra para comprar presentes de fim de ano, o que demonstra maiores dificuldades e preocupações dos consumidores com os gastos.

Já a pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que quase um terço dos consumidores que recebem o dinheiro extra no final do ano irão economizar ou investir. Entre os que não pretendem gastar tudo no Natal, 30% têm como objetivo quitar as dívidas.

8 passos para usar o 13º para aliviar a vida financeira
Divida o 13º em quatro partes: compras, dívidas a quitar, despesas do início do ano e poupança.
Quite suas dívidas antes de pensar nas despesas.
Aproveite para abater parcelas de financiamentos.
Em caso de dívida alta, negocie antes.
Faça uma reserva para despesas de início de ano.
Em tempos de crise, é bom separar uma parte para ser aplicada e, assim, ter uma reserva.
Pague a viagem de final de ano ou das férias.
Avalie a possibilidade de dar os presentes no início do ano que vem, quando acontecem as liquidações – no Natal a maior demanda faz os preços subirem

“O dinheiro do 13º deveria ser primeiramente pensado para pagar dívidas pendentes, empréstimos ou para investir. Se o consumidor tem apenas uma dívida em aberto, é mais fácil resolver o problema. Caso exista mais de uma, o ideal é escolher aquela que está atrasada ou optar pelo valor com juros mais altos como, por exemplo, cheque especial e cartão de crédito”, diz a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

“Muito esperada pelos assalariados, essa renda extra chega para acabar com as dívidas, quitar impostos, comprar presentes e até para ser aplicada em algum fundo de rendimento. Especialmente neste ano, quando muito se fala em crise, o 13º certamente será muito bem-vindo em qualquer que seja a situação”, afirma a educadora financeira Dora Ramos.

Para Dora, quem mais tem motivos para comemorar o salário são os endividados, pois usarão esse dinheiro para cobrir o empréstimo do banco, pagar a fatura do cartão de crédito, empréstimos e qualquer outra pendência que os meses anteriores tenham deixado. “Mas a pessoa com dívidas deve tomar cuidado: é preciso ter controle para não considerar o 13º a solução de todos os problemas financeiros e utilizá-lo para novos gastos ou tê-lo como um “impulsionador” de novas dívidas”, alerta.

“Antes de gastar qualquer centavo do 13º, coloque no papel o valor total que irá receber e as suas pretensões de gastos. Primeiro veja se a conta fecha. Pode parecer uma dica boba, mas a maioria das pessoas não faz isso e no final vê que entre recebido e gasto existe um déficit, e o que era para ser uma renda extra, torna-se uma dívida extra”, diz Fernando Medina, diretor de operações da Luandre.

O professor Osmar Rezende de Abreu Pastore, do curso de administração da Anhembi Morumbi, lembra que mesmo os mais organizados e que não estão endividados têm muitos compromissos financeiros no começo de cada ano, como IPVA, IPTU, material escolar, matrículas, parcelamentos no cartão de crédito e dívidas dos presentes e viagens de final de ano. Além disso, imprevistos podem acontecer.

“É preciso ser muito cauteloso em 2016, pois a previsão para a economia do nosso país é de retração. Além disso, não podemos esquecer que o Brasil ainda depende do mercado externo. Por isso, seja previdente, evite despesas e aumente seu pé de meia”, diz Pastore.

Dora pondera que os mais organizados conseguem ampliar sua poupança, iniciar um curso profissionalizante, adquirir um novo bem desejado e até apostar em algum empreendimento. “Apenas esses podem investir em alguma nova oportunidade, seja financeira, profissional ou mesmo pessoal, com tranquilidade e sem remorsos”.

Para os demais, ela afirma que é hora de colocar na ponta do lápis o que irá receber nas próximas semanas e calcular todas as pendências. Mesmo que não sobre nada e até falte, é preciso considerar a melhoria das condições e iniciar uma temporada de economia. “O 13º salário deve ser encarado não como a solução de todos os problemas, mas como um excelente incentivo que, somado à privação do que é supérfluo, pode representar um 2016 bem mais tranquilo”, resume.

Veja abaixo as dicas dos especialistas:

Selo - cuidado com compras e juros (Foto: G1)

“Sempre se questione se realmente precisa fazer determinada compra ou endividamento. Valorize o seu dinheiro e seu crédito”, diz Pastore.

O professor indica ainda atenção no parcelamento. “Caso não seja possível o pagamento à vista, parcele até o limite de parcelamento que não apresente juros”, diz.

Para o educador financeiro do Portal Meu Bolso Feliz, José Vignoli, aproveitar o 13º de forma inteligente não significa necessariamente abandonar as compras de Natal. “É possível gastar parte do valor em presentes e comemorações. O consumidor só precisa lembrar que, se possui dívidas, o melhor uso do dinheiro é quitá-las, garantindo uma maior tranquilidade financeira no ano que chega”, explica.

Segundo Vignoli, no Natal, a publicidade se torna ainda mais agressiva para justamente fisgar o 13º salário, mas é possível resistir. “O ideal é que as compras de Natal caibam no orçamento de dezembro sem que seja preciso mexer no 13º. Se isso não for possível, procure não gastar além de 20% do valor total nas festas. Torrar tudo é desnecessário, a menos que você não tenha dívidas e já tenha dinheiro suficiente guardado para se dar a esse luxo”, diz.

Vignoli explica que compras parceladas também são dívidas. Por isso, caso haja alguma compra sendo paga com juros, é recomendável adiantar o pagamento do máximo de parcelas que conseguir com o 13º, diminuindo o valor total a ser pago. E, de preferência, quitar todas as parcelas logo de uma vez.

“Nesta época o que realmente importa é estar junto de quem gostamos. O presente é apenas uma parte da comemoração. Uma lembrancinha passa a mensagem de carinho da mesma forma. Fazendo isso você economiza o 13º para o que for prioridade, como quitar dívidas e investir em sonhos”, diz Vignoli.

Ele recomenda fazer uma lista de pessoas que deseja presentear e começar a pesquisar valores das lembrancinhas de Natal. Depois, definir um limite de gastos e respeitá-lo. “Trocar os presentes para a família toda pelo amigo secreto pode ser uma boa forma de economizar dinheiro”, opina.

Outra dica dos especialistas é pensar na possilidade de adiar a compra dos presentes de Natal para janeiro, quando ocorrem as tradicionais liquidações e queimas de estoque.


Selo - Despesas de início de ano (Foto: G1)

Pastore recomenda reservar uma parte do 13º para os gastos de janeiro, como impostos e matrículas escolares, saldando os tributos como IPVA e IPTU em parcela única. “A maioria dos pagamentos à vista oferece descontos ou até isenção de juros”, diz.

“IPVA, IPTU, material escolar… São muitas as contas a serem pagas no começo do ano, que podem ser quitadas com a ajuda do 13º. Então, antes de correr para o shopping, reserve a quantia necessária para cobrir essas despesas sazonais”, aconselha Vignoli.

Já Fernando Medina, diretor de operações da Luandre, diz que não é necessário usar todo o 13º para quitar IPTU e IPVA, mas reservar uma parte da renda extra para reduzir o montante total fará uma diferença no orçamento mensal. “Quem opta por pagar esses impostos parcelados pode reservar o valor referente a uma parcela, por exemplo”, sugere.


Selo - renegociação de dívidas (Foto: G1)

Vignoli diz que usar o 13º para quitar dívidas e organizar as finanças é uma das maneiras mais inteligentes de utilizar o dinheiro extra.

“Saldando dívidas antigas você começa o novo ano sem tantas contas para pagar. No entanto, não é porque tem o dinheiro na mão que dispensará negociações. Tente renegociar o valor ou mesmo um abatimento com o banco ou com o seu credor”, recomenda.

É importante quitar as dívidas que mais pesam, como cartão de crédito, cheque especial, empréstimo consignado e prestações de compras mais elevadas. Quem tem financiamento imobiliário deve usar o dinheiro para quitar prestações do imóvel.


Selo - Poupança (Foto: G1)

Se o consumidor não tem dívidas, a oportunidade é ideal para investir ou “engordar” a reserva financeira. Mas Vignoli ressalta que não é preciso reservar todo o dinheiro para esse fim.

“No entanto, quanto mais dinheiro tiver na poupança, maior será o rendimento mensal. A vida está cheia de imprevistos e é preciso estar financeiramente preparado para eles”, diz.


Selo - material escolar (Foto: G1)

Fernando Medina recomenda  aproveitar os recessos de final de ano para fazer um inventário dos materiais dos filhos para comprar somente o necessário.

“Pesquise online o melhor preço dos itens e reserve uma parte do 13º para isso. Comprar com antecedência pode ser interessante porque os preços tendem a ficar mais caros a partir de janeiro”, diz.

Valéria Nascimento, gerente financeira da Luandre, acrescenta que para os maiores, o maior gasto é com livros. Segundo ela, uma boa opção é pesquisar em sites de venda de livros usados com descontos de até 70% em relação aos novos.


Selo - viagens (Foto: G1)

“O final do ano é sempre a data mais cara para viajar, principalmente Natal e réveillon. Portanto, se você puder, opte por escolher datas em que os destinos têm uma menor procura e, consequentemente, ficam mais baratos. Se não houver opção, certifique-se de que a viagem não vai prejudicar o seu orçamento”, aconselha Medina.


Selo - antecipação do 13º (Foto: G1)

Pastore considera vantajoso negociar com a empresa a antecipação do 13º salário somente em caso de pagar dívidas e reduzir juros. “Gastar em novas compras só vai piorar a situação quando chegar o fim do ano”, diz.

Para ele, a antecipação também pode servir como uma aplicação em poupança, fundo ou tesouro nacional. “Quando chegar o fim do ano, além do valor integral, o poupador ainda terá um pequeno rendimento”.

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